Dupla Cidadania: Compreenda a importância da Apostila de Haia e da tradução juramentada para este procedimento

Você já pensou em ter um segundo passaporte? Viajar sem visto, estudar fora, trabalhar em outro país com mais facilidade? A dupla cidadania pode abrir todas essas portas. Mas o que muita gente não sabe é que, por trás de toda essa liberdade, existem etapas burocráticas importantes que não podem ser ignoradas.

Entre elas, dois nomes quase sempre aparecem e causam confusão: Apostila de Haia e tradução juramentada. Sem eles, o seu processo pode ser barrado — mesmo que você tenha todos os documentos certos.

Neste artigo, vamos explicar de forma simples o que são esses dois itens e por que eles são fundamentais para quem busca a dupla cidadania. Vamos lá?

Por que a dupla cidadania exige tantos documentos?

Antes de tudo, vale entender o seguinte: a dupla cidadania é um processo jurídico. Isso significa que o país onde você está pedindo a nova cidadania precisa confirmar que você realmente tem o direito, que os documentos são verdadeiros e que tudo está dentro das regras dele.

Por isso, certidões de nascimento, casamento, óbito, comprovantes escolares, antecedentes criminais e outros documentos pessoais são exigidos — e precisam ser reconhecidos como válidos também no país onde você está fazendo o pedido.

Aí entram dois pontos muito importantes: a tradução juramentada e a Apostila de Haia.

O que é a Apostila de Haia?

A Apostila de Haia é como um carimbo oficial que garante que um documento público brasileiro pode ser aceito em outro país — sem precisar de consulado ou embaixada no meio do caminho.

Ela surgiu com um acordo internacional chamado Convenção da Haia, que mais de 100 países assinaram. O Brasil faz parte desde 2016. Então, se o país onde você quer a cidadania também faz parte do acordo (como Itália, Portugal, Espanha, Alemanha etc.), basta apostilar o documento.

Para que ela serve?

Ela valida a assinatura de quem emitiu o documento no Brasil. Por exemplo:

  • Uma certidão de nascimento emitida por um cartório só será aceita no exterior se for apostilada.
  • Um diploma universitário brasileiro precisa da apostila para ser reconhecido em outro país.

Sem esse selo, o documento pode ser recusado.

E o que é a tradução juramentada?

Depois que você apostilou o documento, precisa que ele seja compreendido no idioma do país onde está solicitando a cidadania.

É aqui que entra a tradução juramentada. Ela é feita por um profissional oficial, registrado na Junta Comercial, chamado tradutor público juramentado. Ele é o único que pode dar validade legal à tradução de documentos para serem aceitos oficialmente no exterior.

Não adianta pedir para um amigo que fala inglês ou espanhol traduzir. Tem que ser juramentada.

Qual é a ordem certa: primeiro traduzir ou apostilar?

Essa dúvida é comum e faz toda a diferença!

A ordem certa é: primeiro apostilar o documento original e só depois fazer a tradução juramentada online.

Por quê?

Porque o tradutor juramentado precisa traduzir também a Apostila de Haia. Assim, o país estrangeiro entende tanto o conteúdo do documento quanto a validação legal que foi feita no Brasil.

Quais documentos precisam de apostila e tradução juramentada?

Depende do país e do processo de cidadania. Mas os mais comuns são:

  • Certidão de nascimento (sua e dos antepassados);
  • Certidão de casamento;
  • Certidão de óbito (quando algum parente já faleceu);
  • Certidão negativa de naturalização (emitida pelo Ministério da Justiça);
  • Documentos escolares ou profissionais;
  • RG ou CPF (às vezes exigidos como complemento).

A regra geral é: se o documento for exigido por um órgão estrangeiro, ele deve estar traduzido e apostilado.

Onde fazer a Apostila de Haia?

A Apostila de Haia pode ser feita em qualquer cartório autorizado no Brasil. Eles ficam responsáveis por emitir o selo digital ou físico que valida o documento.

Você pode pesquisar no site do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) quais cartórios na sua cidade estão aptos.

Importante: a apostila é feita no documento original, não na cópia. Então verifique se seu documento está em bom estado e atualizado.

Onde encontrar um tradutor juramentado?

Você pode procurar no site da Junta Comercial do seu estado. Lá tem uma lista de tradutores juramentados por idioma. Alguns trabalham de forma online, o que facilita bastante o processo.

Mas atenção: verifique se o profissional é mesmo juramentado, porque só ele pode entregar uma tradução com valor legal.

Quanto custa tudo isso?

Os valores variam:

  • A apostila de Haia custa em média R$ 80 a R$ 120 por documento (dependendo do cartório e do estado).
  • A tradução juramentada é cobrada por lauda (que tem cerca de 1.000 caracteres). Em média, vai de R$ 80 a R$ 150 por lauda, dependendo do idioma.

Pode parecer caro à primeira vista, mas é um investimento essencial para que seu processo ande sem problemas ou atrasos.

Dicas rápidas para não errar

  • Organize seus documentos com antecedência. Alguns podem demorar para serem emitidos.
  • Verifique quais documentos o consulado ou órgão estrangeiro exige. Isso evita desperdício de tempo e dinheiro.
  • Sempre apostile os documentos antes de mandar traduzir.
  • Escolha tradutores juramentados experientes em processos de cidadania — eles conhecem o vocabulário técnico correto.
  • Faça tudo com calma. Pequenos erros podem atrasar o processo por meses.

Conclusão: sua cidadania pode depender de detalhes

Ter dupla cidadania é um direito valioso. Mas como todo direito legal, ele exige cuidados e documentos corretos. A Apostila de Haia e a tradução juramentada podem parecer detalhes, mas são etapas fundamentais para garantir que tudo dê certo.

Sem elas, mesmo o documento mais importante pode ser recusado — e isso significa mais burocracia, mais gastos e mais tempo perdido.

Então, se você leu o artigo do nosso portal e está dando esse passo rumo à sua segunda nacionalidade, faça com segurança. Apostile, traduza com profissionais de confiança e abra as portas do mundo com tranquilidade.